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SALVADOR Estamos em Salvador, Bahia. Pressa pra quê? Como convencer um baiano de que o mundo pode acabar a qualquer instante? Mas bem pra lá de toda lenda sobre o slow motion dos baianos, eles mineiramente fazem as contas no futuro: com 2,8 milhões de visitantes no ano passado, um crescimento turístico médio de 47% ao ano, estimam que cerca de 3,2 milhões de almas curiosas vão aparecer no ano 2005. Sem pressa nenhuma, a Bahia deve contabilizar, só aí, uma receita de 1,4 bilhão de dólares, limpinho, com um impacto de 2,8 bilhões sobre o PIB do Estado. Além de Salvador, a Bahia também é Porto Seguro, Morro de São Paulo e Ilhéus. Em Salvador, depois de vinte anos de tentativas frustradas, conseguiram mudar a aura do Pelourinho, como é chamado o centro histórico da cidade, reformando e pintando o casario colonial e as igrejas. Com a explosão do samba-reggae do Olodum e a bruta propaganda desse projeto de recuperação, o lugar agora está ficando pequeno pra tanta gente, até confuso, de tantas línguas. Em Porto Seguro, quartel-general da chamada Costa do Descobrimento, ampliaram o aeroporto, que hoje é um dos mais movimentados do país. Porque ainda tem essa: foi na Bahia que aportaram os primeiros visitantes europeus. Foi a visão do Monte Pascoal - que está lá, impávido e colosso - que fez Pedro Álvares dar uma paradinha no acostamento. Porto Seguro, entretanto, teve menos fama nas cortes européias do que a Baía de Todos os Santos, onde surgiria Salvador. Descoberta pelo célebre Américo Vespúcio em novembro de 1501, o grande golfo tornou-se uma referência aos navegadores, um dos pontos mais conhecidos e visitados no litoral do Novo Mundo. Na França, esnobando. Tiveram dez filhos, que por sua vez casariam com índios, europeus e africanos, dando o pontapé inicial no caruru racial do Brasil. Fundada em 1549, apoiada na economia do açúcar, Salvador é tida como a primeira cidade do Brasil (nem todo mundo concorda com isso). Misto de cidade-fortaleza, cidade-entreposto e centro administrativo da Colônia, durante muito tempo manteve-se como a maior rede urbana criada nas Américas pelo poder colonial. Salvador esteve na mão dos holandeses entre 1624 e 1625, participou do ciclo da mineração como provedora de víveres e escravos na primeira metade do século 18 e foi palco de revoluções importantes, como a de 1798, inspirada no iluminismo francês, e a epopéica Sabinada, entre 1837 e 1838. Outras maravilhas para os almanaques: você sabia que foi em Salvador, em 28 de janeiro de 1808, que o digníssimo príncipe regente Dom João decretou a abertura dos portos do Brasil? Ou que a Independência, larga e pomposamente anunciada no dia 7 de setembro de 1822, só "pegou" na Bahia no dia 2 de julho do ano seguinte? Foi com os lucros das exportações realizadas na segunda metade do século 18 que Salvador construiu a maior parte de suas igrejas e casarões opulentos. Todo mundo diz que a cidade tem 365 igrejas, uma para cada dia do ano. O interior da Igreja de São Francisco, todo folheado a ouro, está lá pra todo mundo ver. Outra construção incrível é a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, que veio desmontada de Portugal, como um quebra-cabeça, para tomar forma à beira da baía. É dessa igreja que parte a romaria até a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, onde no terceiro domingo de janeiro acontece a lavagem da escadaria, ritual máximo do sincretismo religioso da Bahia e seu vizinho mais próximo, senão envolvente, o Brasil. Na Bahia, os santos da igreja católica e os orixás do candomblé são quase uma coisa só - mudam o nome, o endereço e a maneira de cultuá-los. São Lázaro é Omolu, Santo Antônio é Ogum, Nossa Senhora da Conceição é Iemanjá, São Jorge é Oxóssi, Nosso Senhor do Bonfim é Oxalá e assim por diante. Capital mais africana da paróquia, Salvador viu os primeiros escravos chegar nos navios tumbeiros por volta de 1550, vindos principalmente da Nigéria, Senegal, Angola, Moçambique, Congo, Benin e Etiópia. Sua cultura religiosa se disseminou dentro e fora das senzalas e, ao longo dos séculos, impregnou-se no dia-a-dia de toda a população. Não há quem não se arrepie quando o Olodum e outros blocos afros fazem soar seus tambores nas ruas estreitas do Pelourinho ou quando os Filhos de Gandhi pintam as ruas de branco durante o Carnaval. É assim, com um pé em cada canoa, que Salvador e a Bahia se preparam para dobrar o cabo do milênio. Um pouco no terreiro, um pouco na igreja. Um pouco no som libertário dos tambores, um pouco nas guitarras eletrificadas da axé music. Um pedaço no imaginário criado por Caymmi e Jorge Amado, outro na viagem alternativa de Raul Seixas. Um tanto na arquitetura colonial do Pelourinho, outro tanto nas linhas modernas, vanguardistas, dos novos edifícios. Os fortes da orla estão ali, abertos à visitação, mas há também um super-hiper parque aquático igualzinho ao dos americanos. Surgem avenidas, alguns elevados, mas o traçado desvia mesuradamente dos sítios históricos. A Lagoa do Abaeté, por exemplo, era bem mais bonita antes do centro comercial e turístico que tem agora sobre as areias. Em Salvador, o banho de mar só é bom bem pra lá de Itapuã, e subindo...Salvador mudou muito entre os anos 20 e 30. A expansão do circuito de bondes redistribuiu as castas na cidade, dando oportunidade às famílias mais abastadas do centro na busca de algum isolamento na Barra, Graça, Barra Avenida e Pituba. Ainda assim grandes porções de terra permaneciam na mão do poder público e de ordens religiosas, a urbanização se desenvolvia apenas nas cumeadas e não havia mais do que algumas poucas vias de comunicação entre um e outro bairro. Muitas ruas ou avenidas acabam literalmente na beira de penhascos, onde, convenientemente, fica a última parada do ônibus. É o fim da linha. O Elevador Lacerda e o Plano Inclinado (bondinho) ajudam a vida de muita gente no necessário sobe-e-desce da área central da cidade. Anunciada pela Catedral Basílica, a área do Pelourinho, outrora tomada pela delinqüencia e pela prostituição, hoje faz a fama e a glória da cidade. Os casarões e igrejas dali, tombados pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, compõem agora um cenário cinematográfico do que foi o Brasil dos tempos coloniais e do império. Em alguns conjuntos desses prédios antigos, os muros dos quintais, lá no fundo, foram derrubados, criando largos bem arranjados, simpáticos, onde rolam shows de música e dança permanentemente. Você vai descobrir em Salvador que nem todo mundo gosta do Pelô como está. Porque durante desde sempre estavam tentando modificar a cara do lugar. Somente quando promoveram o remanejamento dos antigos moradores é que a coisa deu certo. Os blocos Ylê-Ayê, Olodum, Araketu, Muzenza e Filhos de Gandhi são "donos" do lugar. O Olodum, principalmente, com a arte do maestro Neguinho do Samba (que não faz mais parte do grupo), renovou de maneira tão criativa a batucada da Bahia, que se tornou impossível dissociar sua marca da imagem do Pelô. De resto, em toda a Salvador, não há loja ou ambulante que não tenha pelo menos uma camiseta ou adereço com a estampa colorida do Olodum para vender. Uma vez por ano, um comboio de carrinhos elétricos faz romaria do centro até a Praia de Ondina, terminando com a escolha do mais bem equipado. Só na Bahia. Outra invenção baiana foi a Deltur, uma delegacia turística do Brasil. A primeira ocorrência registrada na Deltur, em 1991, foi a detenção do Beijoqueiro, na época da visita do Papa a Salvador. Difícil foi a da filmadora do americano, levada por um assaltante: a própria delegada, aproveitando uma jornada a Miami, fez questão de devolver o equipamento ao dono, em mãos. Caso de polícia e sem solução é o uso deliberado da palavra "axé". Na língua africana yoruba, axé é como uma transmissão das vibrações sagradas dos Orixás, uma energia positiva, muito usada como saudação ou bênção entre as pessoas. As 56 ilhas são a senha para o avanço dos novos descobridores na maior baía da costa brasileira. Visitas a igrejas, fortes, antigas sedes de fazendas e vilarejos de outro mundo fazem parte do roteiro. Tem mais: praias desertas, vento a favor para a maioria dos esportes náuticos e bolsões preservados de mata atlântica. Itaparica, maior ilha marítima do Brasil, berço do escritor João Ubaldo Ribeiro, é a mais procurada pelos audazes, porque é de fácil acesso a partir de Salvador e tem ótima infra-estrutura. Quem vai à Bahia, precisa ir à Baía. Em Salvador, o calendário para julho e agosto pode ser que fique pronto em cima da hora. Creia em Deus Pai e procure a programação mensal do Pelourinho Dia e Noite (071-322-2525). Ao chegar, compre o jornal A Tarde, que publica os agitos da semana. A famosa lavagem das escadarias de Nosso Senhor do Bonfim acontece em data móvel, entre dezembro e janeiro. E o Carnaval rola fevereiro inteiro, a partir da Festa de Iemanjá, que acontece no dia 2. Em Salvador, três dias podem ser mais do que úteis. Se Itaparica e outras ilhas da Bahia entrarem no roteiro, some um ou dois dias. Quanto ao clima, é mais provável encontrar chuva no verão e no outono do que nas outras estações do ano.
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